TEXTO ELABORADO
PELO ACADÊMICO ELEITO ANDRÉ FELIPE P. FURTADO DE MENDONÇA E MENEZES, TRINETO DO
HOMENAGEADO.
Elpídio Furtado de Mendonça e Menezes nasceu no dia 13 de março de 1836, em Baturité,
no Ceará. Ainda criança, chegou ao Rio Grande do Norte, acompanhando seus pais
e irmãos, na década de 1840. Era filho de Antonio Furtado de Mendonça e Meneses
– natural da Ilha da Madeira, em Portugal – e de Isabel Ferreira Cavalcante, nascida
no Ceará.
Em solo potiguar, Antonio Furtado adquiriu terras em Santa Cruz e em
Ceará-Mirim, onde fundou o Engenho União. Com a morte do pai, ocorrida antes de
1867, Elpídio e seu irmão José passaram a comandar o União, movido à vapor, e
que ficou conhecido como o Engenho dos Irmãos Furtado.
Elpídio Furtado era major da Guarda Nacional e se destacou no cenário político
ceará-mirinense. Conservador, foi presidente da Intendência de Ceará-Mirim
(cargo equivalente a prefeito), entre os anos de 1867 a 1870 e de 1873 a 1876.
Entre esses dois períodos, no biênio de 1872/1873, foi deputado provincial.
Depois de entregar o cargo do executivo municipal, o major Elpídio Furtado
integrou, em 1877, a Comissão de Socorros, que cuidava do problema da seca que
assolou o vale verde. Foi nomeado delegado de polícia de Ceará-Mirim em 1888.
Também em 1888, firmou um abaixo-assinado, encabeçado pela Baronesa de
Ceará-Mirim, que reivindicava à S. Majestade Imperial, Dom Pedro II, a
construção de um ramal de linha férrea da ferrovia Natal-Nova Cruz, com o
objetivo de melhorar a lavoura, o comércio e a indústria de Ceará-Mirim, que
era a maior e mais rica cidade da Província do Rio Grande do Norte. Apesar dos
esforços, a estrada de ferro só foi inaugurada em 1906.
Em 1890, Elpídio Furtado ainda cultivava sua veia política: fez parte do
octonato de transição da monarquia à república, ao lado de José Inácio
Fernandes Barros, Manuel Ronaldsa de Castilho Brandão, Padre Antônio Antunes de
Oliveira, Felismino do Rego Dantas, Manoel Teixeira da Fonseca e Silva, João
Victorino Ferreira Nobre e Francisco Xavier Pereira Sobral.
Em 1900, já longe da política, o major Elpídio Furtado compareceu a uma grande
Parada Militar havida no Rio de Janeiro, que contou com a presença de Campos
Sales, Presidente da República, Epitácio Pessoa, Ministro da Justiça, e do
general Hermes da Fonseca. Foi, provavelmente nessa ocasião, que Elpídio
Furtado posou para sua rara fotografia.
Elpídio Furtado casou-se três vezes. O primeiro casamento foi em 1859, com sua
sobrinha Ana Angélica, filho do seu irmão José Furtado. Com ela teve sete filhos,
a saber, Petrolina, Emília, Hermenegildo, Elpídio, Maria e os gêmeos Irineu e
Anísio. Com a morte de Ana Angélica, em 1879, Elpídio casou-se com outra
sobrinha, de nome Delfina Teodolina, que morreu no Engenho União, durante
trabalho de parto, cujo filho também não resistiu. Depois de amargar a viuvez
por duas vezes, casou-se, no ano de 1890, com Isabel Victória de Oliveira
Sucupira (Bebé), com quem teve quatro filhos: José Maria, Abel, Abigail e Gil.
Elpídio Furtado passou por Extremoz e São Gonçalo, antes de chegar em Natal,
onde morreu no dia 21 de agosto de 1910, aos 74 anos.
André Felipe Pignataro, Danyel Freire, Francisco Veríssimo De Sousa Neto
e outras 3 pessoas curtiram isso.
FONTE - SITE ACADEMIA CEARÁ-MIRINENSE DE LETRAS E ARTES “PEDRO SIMÕES NETO”, FOTO - SITE GENI